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Palazzo delle Assicurazioni Generali em Florença no século XIV, onde se localizava a antiga arte do cambio Imagem:Wikipedia |
A arte do cambio era uma das setes maiores que eram feitas na antiga Florença.
O trabalho dos mercadores do cambio, que atualmente chamamos de banqueiros, se dividia em duas atividades: o “presto” e o “cambio”.
O “presto” consistia no empréstimo de soma de dinheiro que deveria ser restituído em um tempo determinado com juros que eram previamente fixados.
Em Florença, a familia Strozzi era famosa por esse tipo de atividade que exercia sem muitos escrupulos por causa dos altissímos juros que cobrava dos seus clientes.
O povo fiorentino brincava com o nome da familia e com o sufocamento que os juros altos provocavam e assim nasceu o termo “strozzino”.
O cambio em vez, consistia na transformação das várias moedas estrangeiras em moedas fiorentinas, o famoso Fiorino.
Para poderem executar corretamente o cambio, os banqueiros efetuavam uma curiosa operação: batiam as moedas que deveriam ser trocadas em uma mesa de mármore para poderem sentir o som e assim avaliar a autencidade de tais moedas.
A mesa de mármore se chama Banco e próprio esse nome deu origem as diversas expressões (banca, banco, bank, banque) que atualmente deu origem para identificar os diversos institutos bancários.
A única moeda que não era batida no banco era própria a moeda fiorentina, o Fiorino, porque era totalmente sólida e confiável pois representavam o maior elemento de cambio em toda a Europa.
O Fiorino tinha de um lado a imagem do “giglio” fiorentino e do outro lado havia a imagem do padroeiro da cidade: San Giovanni, isto è, São João Batista e por esse motivo nasceu o termo “San Giovanni non vuole inganni”.
O Fiorino era feito todo em ouro mas diversas vezes saia da Zecca Fiorentina (Zecca, era o local onde eram feitas as moedas, uma espécie de Banco Central), com algumas pequenas mas preciosas imperfeições: a borda da moeda não era totalmente lisa. Algumas moedas apresentavam pequenas partes de ouro que ficaram grudados nas bordas.
Por esse motivo, os fiorentinos que haviam a sorte de encontrar essas moedas com imperfeições na borda, “lixavam” as moedas para se apossarem das pequenas particulas de ouro.
Desse episódio nasceu o verbo “grattare” no senso de roubar, subtrair, imp, tomar posse com astucia ou dolo.
Algumas bolsas, porta-dinheiros que eram usadas tanto pelos comerciantes e pelos cambistas ainda podem ser vistas nos Museo Nazionale del Bargello em Firenze, e ao Museo del Tessuto di Prato.
Cris, muitissimo interessante !! Como sou ex bancaria adorei as origens dos termos. Ja indiquei leitura a meu irmao ( ex bancario tbem) e algumas ex colegas de trabalho....Dei algumas risadas, principalmente com o termo strozzino...
ResponderExcluirAlias, desde que cheguei nao tinha descoberta o significato do Zecca, que vi em varios lugares . Claro que devo admitir que sou curiosa, mas infelizmente...preguiçosa em termos de pesquisas! Por isto sou assidua leitora deste blog rsrsrs
Obrigada
Oi Rosana
ResponderExcluirObrigada pela presença constante aqui no Blog!Eu tambem sou bastante curiosa e ai fuço daqui e de la para satisfazer a minha curiosidade. Eu pensava que a Torre da Zecca fosse so mais uma das portas de Firenze, e me enganei redondamente. Zecca era onde eram feitos o fiorinos, a moeda antiga de Firenze. Um beijo grande